A palestrante abordou as vivências e práticas necessárias para um "olhar horizontal"
Na sexta-feira, 31 de agosto, durante o III Congresso Catarinense de Psicologia, a doutora em Psicologia pela Pontifica Universidade Católica (PUC-SP) e professora da Unicamp, Angela Fatima Soligo, realizou a conferência “Como construir-se Psicóloga(o) e também os novos possíveis para este processo de formação”.
Soligo iniciou sua fala com um breve histórico da Psicologia no Brasil, neste ano em que a profissão comemora 56 anos. "Nos anos 70 a Psicologia estava sendo construída; nos anos 2000 começamos a pensar a profissão com ênfase no compromisso social, trazendo referências importantes para o nosso fazer; já em 2010, a Psicologia se destaca ainda mais, no momento em que se debruça sobre questões de gênero e cor", segundo a palestrante. Angela propõe uma a reflexão a respeito de que as teorias criadas na Psicologia são expressões do tempo em que foram vividas, pois se colocam nos locais, período e dimensão política em que se encontravam, respondendo às demandas de seus entornos à época.
A palestrante abordou sobre vivências e práticas necessárias para um melhor entendimento da subjetividade. "As habilidades de escrever e argumentar - além de falar e escutar o outro - são estratégias primordiais de argumentação. Entretanto, para nos destacarmos enquanto profissionais, torna-se essencial desenvolvermos a empatia, ou seja, trabalharmos com um olhar horizontal", argumentou.
A partir da informação de que a grande maioria das(os) profissionais da Psicologia encontra-se hoje atuando na saúde pública e assistência social, Soligo destaca a importância do entendimento deste espaço: "Se estamos neste lugar, precisamos compreender sobre ele, antes de qualquer intervenção".
Para finalizar, Soligo salienta que nenhuma técnica serve para "todo mundo", sendo necessário referenciar os sujeitos, grupos, comunidades que a(o) psicóloga(o) atende. "E para construirmos a nossa prática enquanto profissionais da Psicologia é preciso apreendermos a subjetividade. Sendo alguns pontos imprescindíveis para este entendimento: compreender a história e o contexto do sujeito; conhecer as políticas públicas e aprimorar as nossas habilidades".
Além disto, a ex-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia e membro da Associação Latino-americana de Formação e Ensino em Psicologia, ressalta que a convivência acadêmica faz uma grande diferença para fomentar o diálogo e viver as diferenças.
A conferência de Angela Soligo em breve será disponibilizada no canal do Youtube do CRP-SC.