Rede de Articulação de Psicologia promove roda de conversa no III Congresso

Rede de Articulação de Psicologia promove roda de conversa no III Congresso

Estudantes, psicólogas(os) e entidades debateram os direitos de Povos Indígenas, Quilombolas, de Terreiro, Tradicionais e em Luta por Território

No primeiro dia do III Congresso Catarinense de Psicologia, foi realizada a roda de conversa da Rede de Articulação de Psicologia, Povos Indígenas, Quilombolas, de Terreiro, Tradicionais e em Luta por Território. O evento contou com a presença de aproximadamente 15 pessoas, entre estudantes e profissionais da Psicologia.

Como disparador do debate foi exibido o clipe musical “Latinoamerica”, da banda Calle 13. Muitos presentes comentaram o impacto e a relação desses povos - Povos Indígenas, Quilombolas, de Terreiro, Tradicionais e em Luta por Território - e a terra. “O vídeo apresenta a diferença que encontramos entre os povos que estão em luta pelo território e sua relação vital com a terra”, disse Iclícia Viana, mestre em Psicologia e uma das fundadoras da rede em Santa Catarina.

A psicóloga e membro da Articulação Nacional de Psicólogas Negras e Pesquisadoras de Relações Raciais e Subjetividades (Anpsinep), Bruna da Costa Pereira, falou da ligação dos povos tradicionais com a terra. “Algo é muito peculiar na luta destes povos, sejam eles indígenas, de terreiro ou quilombolas: sua relação com a terra e o meio ambiente. Na verdade, não existe uma dissociação: mesmo com todo processo de colonização, desapropriação e destruição destes conhecimentos, tradições e culturas destes povos, eles ainda resistem”.

Muitas(os) estudantes de graduação presentes no encontro destacaram a necessidade de as academias proporcionarem mais debates que aproximem as(os) estudantes sobre a temática destes povos originários, tema este que é pouco debatido no Brasil. Questões sobre a invisibilidade destes povos também foram levantadas pelas(os) participantes da roda de conversa. Em seguida, foram feitos apontamentos sobre possibilidades de resistência, "a roda foi vista como uma dessas formas que propicia espaço de fortalecimento para construção de novas práticas", destacou a psicóloga Renata Lima.

 “A nossa rede se constitui neste contexto, quando nos damos conta de que a categoria das(os) psicólogas(os) precisa se deslocar, ganhar articulação nacional e avançar no sentido de mudança prática", ressalta Lima. 

Estiveram presentes colaboradoras(es) da Comissão de Direitos Humanos do CRP-SC e Conselho Federal de Psicologia - CFP. Na ocasião, foram expostas as fotos e relatos sobre as rodas de conversa realizadas pela Rede em todo Brasil .

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